Poucas empresas brasileiras levarão sua linha de montagem para os Estados Unidos, como forma de amenizar os impactos do tarifaço do governo norte-americano contra produtos brasileiros. A avaliação é do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Para ele, nesse caso, os efeitos negativos para o mercado de trabalho do país serão diminutos.
Já no pior dos cenários projetados, tendo como base uma pesquisa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a redução das vagas de emprego seria de, no máximo, 320 mil em um total estocado de 48 milhões de empregos.
“Convenhamos: não seria o desastre total”, disse Marinho, ao reiterar que este seria o cenário “caso absolutamente tudo desse errado”. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (21) durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
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Um dos objetivos do tarifaço aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos importados é o de estimular empresas a se instalarem em território norte-americano, gerando empregos e riquezas àquele país.
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Compradores substitutos
Marinho disse que, nas viagens que ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm feito, ouviu depoimentos de empresários que informaram ter encontrado compradores substitutos, para escoarem a produção que estava destinada a compradores dos Estados Unidos.
“O empresário tem de olhar o mercado; um mercado secundário ou outro comprador. Pode ser que o outro país não vá querer, eventualmente, pagar o mesmo preço pago pelos norte-americanos. Mas muitas vezes é preferível você ter o menor resultado do que ter um prejuízo”. acrescentou.
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Ele lembrou que as compras públicas ajudarão, em especial, o setor de produtos alimentícios destinados a hospitais, merendas escolares e presídios, por exemplo.
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Atenção especial
Segundo o ministro, o governo dará atenção especial aos setores mais afetados por produzirem essencialmente para o mercado norte-americano.
“Evidentemente alguns setores serão fortemente atingidos. Outros serão levemente atingidos ou não serão atingidos porque produzem essencialmente para outros mercados ou para o mercado brasileiro”, disse.
Perguntado sobre o risco de as empresas levarem linhas de montagem para os EUA, a fim de amenizar os impactos do tarifaço, ele disse que não vê “”um movimento grande em relação a isso”, e que, nesse caso, “o impacto ao mercado de trabalho será diminuto”, até porque economia e mercado de trabalho vivem um bom momento no Brasil.
“Com as medidas e iniciativas que o governo está tomando e com o diálogo com o empresariado brasileiro, daremos conta de passar esse processo. E o Brasil sairá mais forte depois desse processo”, complementou.