Namorada de Philippe Coutinho desde a adolescência, Ainê fala sobre o casamento e a volta ao Brasil
Saiba como foi o início do relacionamento de Coutinho e Ainê
Eles se conheceram aos 14 anos, viajaram para outro país aos 18 e se casaram aos 20. Hoje, o casal tem três filhos e uma vida inteira juntos. A história parece de livros ou filmes de romances, mas é a realidade de Ainê e Philippe Coutinho, a “primeira-dama” e o “mágico”, como são chamados pela torcida do Vasco.
Nesta quinta-feira, no Dia dos Namorados no Brasil, o ge entrevista Ainê Coutinho, esposa do meia do Vasco, que está com ele desde a adolescência. Se hoje o casal é referência no mundo do futebol, poucas pessoas sabem que a relação começou através de uma partida de futebol, em um bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro.
— A gente morava no mesmo bairro, quase no mesmo quarteirão. Tínhamos muitos amigos em comum, mas não nos conhecíamos. Uma vez ele foi jogar uma pelada contra um time de uma amiga minha. Ela gostava de jogar bola, e ele ia enfrentar o time dela. Quando vi o Philippe, perguntei para a minha amiga: “quem é aquele menino ali?” — contou Ainê, que completou:
— Ela disse que era do condomínio dela, aí brinquei: “hm, bom saber”. Depois essa amiga fez papel de cúpida, nos encontramos, ficamos, casamos, tivemos filhos e estamos aí até hoje.
Depois de pouco mais de três anos de namoro, ela saiu do Rio de Janeiro e foi morar com Coutinho em Milão, quando o meia deixou o Vasco rumo à Inter, da Itália. Segundo a mãe de Ainê, Philippe prometeu que casaria com ela se deixassem ela ir viver com ele na Europa.
— Diz a minha mãe que ele prometeu que ia casar comigo. Eu nem lembro, mas ela diz que ele prometeu. Se prometeu mesmo, legal. Cumpriu — brincou a influenciadora.
A comemoração nesta quinta-feira para o casal, assim como todos os outros dias 12 de junho há quase 20 anos, é em dobro. Pelo menos, para Coutinho. Além do Dia dos Namorados, o meia do Vasco faz aniversário nesta data. Ainê passará o dia longe do marido, já que ele estará à disposição da equipe contra o São Paulo, no Morumbis, às 21h30. Mas ela garante que fará uma festa para ele.
— Ele tem que ganhar dois presentes. Pensei em algumas coisas, mas não posso falar. Ainda mais que ele vai jogar no dia 12. Devemos comemorar com a nossa família, mas vou tentar fazer alguma surpresa. O Dia dos Namorados mesmo, eu nem sei o que é (risos). Ele me dá presente, é claro. Pobrezinho, em pleno Dia dos Namorados tem que comprar presente. Mas sair para jantar, eu não sei. É sempre aniversário dele, então, estamos comemorando.
Ainê dá bastidores da volta de Coutinho ao Vasco: “Ele estava decidido”
Apesar de ser influenciadora, com quase um milhão de seguidores no Instagram, dona de marca de perfumes — e até criadora de um podcast —, Ainê afirma que é tímida e indecisa. Mas garante que Coutinho é o mais “acanhado e indeciso” da relação, e às vezes é ela quem tem que tomar a frente nas decisões.
Segundo ela, no entanto, a decisão de Coutinho de voltar para o Vasco foi uma das mais fáceis que ele teve desde o início da relação. O meia estava certo de que voltaria ao clube que o revelou para o futebol. Estar perto da família, ter a vida com os filhos no Brasil e acompanhar a criação do Instituto Philippe Coutinho também foram fatores que pesaram para o reencontro acontecer no ano passado.
— O Philippe tinha na cabeça dele que em algum momento ele voltaria para o Vasco. Até se falou que eu influenciei muito, mas na verdade foi uma decisão dele. E foi uma das decisões que ele tomou sozinho. Ele sempre me pergunta, mas dessa vez ele estava decidido. E eu respeitei. Eu sempre estou do lado dele. Só falei “vamos e vai dar tudo certo”.
— “Vou voltar para o Brasil e vou jogar no Vasco”, ele disse. Isso já era certo que aconteceria, só não sabia quando. Ele sempre pede minha opinião, mas dessa vez ele estava muito decidido. Tinha a nossa família aqui, o Vasco, o Instituto Philippe Coutinho, que acompanharíamos mais de perto. Agora está pronto e inauguramos esse mês. Quando estávamos vindo, estava perto de ficar pronto.
Ligação com o Vasco e festa em São Januário
Coutinho faz sua parte dentro de campo, Ainê faz a dela na arquibancada ou à distância. A esposa do meia disse que é muito supersticiosa e por isso não vai mais a São Januário com a camisa do Vasco.
— Nós somos (supersticiosos). Eu não vou com camisa do Vasco por causa disso. Algum jogo eu fui e não deu certo. Pior que recebo vários comentários de gente falando que faltou a camisa do Vasco, e eu digo: “mal sabem”. Eu estou tentando ajudar. A minha parte eu estou fazendo. O Philippe também tem as superstições dele. Eu tento lutar contra isso. Acho que é bobeira. Tinha época que eu saía sem perfume. Por causa do meu perfume o time vai perder? Poxa, eu posso passar um perfume — riu.
Ainê e Coutinho trocam recados no Dia dos Namorados
Se o Vasco já fazia parte da vida de Ainê e Coutinho, desde então virou algo que está presente 24 horas. E não somente por influência do casal, mas muito por “culpa” dos filhos — Maria, José e Esmeralda.
— A Maria é vascaína nata já. O José também. A Esmeralda não é do futebol, mas eles são vascaínos natos. A Barreira Vai Virar Baile eles não cantam tanto mais, não. Mas eu vou ouvindo a playlist de músicas do Vasco de casa até a escola e da escola até em casa. É música do Vegetti, música do Payet, de todo mundo. Todas as músicas eu sei. A gente escuta todo dia no carro.
Coutinho canta “A Barreira vai virar baile” e diz: “Meus filhos em casa não param de tocar”
Ainê e Coutinho fizeram uma festa de aniversário para os três filhos ao mesmo tempo. O tema? Vasco, é claro. Maria e José fizeram a cabeça da mãe, que recriou todo o estádio de São Januário na comemoração. Dos cachorros-quentes da Barreira até os vestiários do clube.
—Olha, não se decepcionem comigo, mas não foi ideia minha (o tema). As crianças queriam porque queriam que fosse do Vasco. Eu ainda tentei mudar, porque a Esmeralda não é muito do futebol. Vamos fazer um tema para todos. Cadê que Maria e José cediam? Nunca. Então a Esmeralda teve que ceder. Foi do Vasco e ficou lindo. Os vascaínos ficaram doidos. Quando entrava na festa, tinha a representação da Barreira.
— E eu falei com a Lorena que me ajudou com a festa. Eu quero tudo igual à Barreira, nada gourmet. Quero “cachorro-quente de podrão”, as barraquinhas de churrasquinho. Tudo igual. E foi muito legal.
Decoração da festa dos filhos de Coutinho impressiona com reprodução de São Januário
Ainê conta que no ano passado, quando o Vasco enfrentou o Atlético-MG na Arena MRV, estreia de Coutinho pelo clube carioca, a família toda viajou para Belo Horizonte para assistir à partida. No hotel onde a delegação se hospedou, Maria — filha mais velha do casal — puxou o “Casaca” para os torcedores e foi flagrada por Pedrinho, presidente do clube.
— O hotel em Minas Gerais tem os quartos de todos os andares e um vão no meio. Tava cheio de torcedor vascaíno. A Maria lá de cima viu vários torcedores e puxou: “Ao Vasco tudo ou nada…”. E os torcedores todos responderam e continuaram o Casaca. Quando abre a porta do elevador, está o Pedrinho. Ela ficou toda sem graça — riu Ainê.
O carinho da família pelo clube tem a reciprocidade da torcida com a família. Na festa do retorno de Coutinho ao Vasco, a torcida vascaína lotou São Januário, em um sábado chuvoso, para fazer a festa para o camisa 11. Ainê disse que a festa foi inesquecível para a família e citou o carinho pelo clube.
— Foi lindo. Eu vejo quanto as pessoas gostam do Philippe, e eu fico muito feliz. Ele merece. Por tudo que já passou, que conquistou, por tudo que ele é. Ver aquele carinho de tanta gente é de encher o coração de alegria. A forma que receberam a nossa família. As pessoas sempre falavam com a gente com muito carinho. É muito gratificante. Dá para ver que estamos fazendo a coisa direitinho, já que gostam tanto de nós.
“Primeira-dama” e grupo de esposas do elenco
Ainê leva o título de primeira-dama da torcida do Vasco pelo carinho que tem pelo clube desde cedo. Na vida pessoal, ela não passa muito tempo longe do clube, quando não está com os filhos ou com o torcendo pelo marido. Ainê, sempre que possível, está com as esposas de outros jogadores do elenco vascaíno.
— Eu tento receber os outros sempre bem. Já conhecia algumas meninas, o grupo é muito legal. A gente se junta várias vezes. É muito gostoso de estar com todo mundo. Eu, a Thaís (do Alex Teixeira), ela também recebe todo mundo bem. Tentamos ser a família dessas pessoas de fora.
Segundo ela, o entrosamento dentro de campo vai para fora das quatro linhas, com as famílias sempre próximas umas das outras. E deu para ver isso quando Paula, esposa de Lucas Piton, ligou para Ainê no meio da entrevista para pedir uma raquete de beach tennis emprestada.
— A Joselina (esposa do Vegetti) é minha vizinha de porta. Então a vejo todos os dias. A Paulinha (do Piton), jogo beach tennis com ela. A Thais (do Alex) também estou sempre junta. As filhas deles estão sempre com os meus filhos. Estamos sempre tentando incluir as meninas que chegam. A Inês (do Nuno Moreira), a Lu (do Garré), a Duda (do João Victor)… — listou Ainê.
Ainê viu o carinho que os torcedores têm por ela no desempenho da marca de perfumes dela. A “AinêC Beauty” fez sucesso entre os vascaínos depois da volta de Coutinho ao Vasco. E ela aproveitou a onda para curtir o momento com os torcedores
— A quantidade de vascaíno que comprou o meu perfume não está no gibi. Eu fiz uma brincadeira com a torcida, porque no Instagram da AineCBeauty tinha muito vascaíno. Quando o Philippe assinou mesmo, eu fiz uma brincadeira com os torcedores. As vendas dispararam. Todo mundo perfumado em São Januário.
Com leveza e muita parceria, Ainê e Coutinho levam a vida juntos há quase 20 anos. O ge pediu para cada um mandar um recado para o outro nesse Dia dos Namorados, e o meia brincou com a esposa chamando a atenção para o aniversário dele. Ela atendeu o pedido e enchei a bola do marido.
Coutinho para Ainê: Ela tem uma importância muito grande na minha vida. Mãe dos meus filhos, que está no meu dia a dia, sabe quando eu chego triste em casa. Que me apoia em todos os momentos. É meu suporte. E dia 12 está chegando… é meu aniversário também, não se esqueça. Espero ganhar um presente dela.
Ainê para Coutinho: Vida, feliz aniversário. Tudo que eu te desejo são as melhores coisas dessa vida. Sou muito feliz e muito grata por ter escolhido você para ser o meu companheiro de vida. Espero que você seja muito feliz, que realize cada vez mais seus sonhos, e estarei sempre ao seu lado para todos os momentos. Te amo muito, beijos!
Pouco antes de mandar o recado para Coutinho, Ainê se declarou falando sobre o marido e até se emocionou:
— Eu sou suspeita para falar. Eu encho a bola dele (risos). Ele é uma pessoa maravilhosa, tem um coração lindo. Quem conhece ele se apaixona. Eu fico até amanhã falando do meu marido. Gosto muito dele. Mas não deixa ele ouvir todos os elogios, não. Aí fica folgadinho.
Veja outros trechos da entrevista com Ainê
Como foi sair tão cedo de casa?
— Uma baita experiência. Saímos muito novos. Eu tinha 17, e ele tinha acabado de fazer 18. Vivo falando que nós crescemos juntos, Estamos há tanto tempo juntos, que muito do que sou, vem dele, e muito dele vem de mim. Nós nos criamos juntos. Várias coisas que eu fiz a primeira vez na vida foram com ele. É muito legal. Eu sou suspeita para falar, né? Ele é meu marido, meu melhor amigo. É uma parceria bem legal.
E a reação da família? Como foi todo o processo?
— Quando ele foi, a gente já sabia que ele sairia em algum momento. A gente só não comentava sobre isso, empurrava com a barriga. Mas chegou uma hora que tivemos que conversar sobre. Ele foi no início sozinho com os pais, e eu fiquei. Eu iria só para visitar, em um primeiro momento. Estamos juntos desde os 14. Quando ele saiu com 18, a gente já se conhecia há anos. E aí eu volto naquela história, ele e a família dele são maravilhosos.
— A minha ficou muito feliz que eu estava com uma pessoa daquele jeito. Eu acho que isso que confortou minha família, que deixou eu ir embora com uma pessoa que já conheciam a família. Quando ele foi, a saudade apertou. Aí ele perguntou se eu queria ir antes do previsto, e eu fui. Diz a minha mãe que ele prometeu que ia casar comigo. Eu nem lembro, mas ela diz que ele prometeu. Se prometeu mesmo, legal. Cumpriu. O meu pai aceitou também.
Melhor lugar que morou?
— As pessoas perguntam qual é o melhor lugar que eu já morei, e eu sempre respondo o Rio. Tirando a violência, a desigualdade, se não fosse tudo isso, ele seria o melhor lugar, sem dúvidas. Aqui temos as pessoas calorosas, a nossa cultura é muito legal. É gostoso de viver aqui. Tem praia, montanha, comida, cidade grande. Tudo que precisamos está aqui. E a nossa família e amigos também. Se não fosse todos os defeitos, seria o Rio de Janeiro. As crianças se sentem em casa.
E além do Rio, qual foi?
— O lugar que mais gostamos foi o Catar. Sempre se surpreendem quando respondo. Lá é maravilhoso. Não sei se eu sentia falta do sol, porque viemos da Europa que era muito frio. Quando era muito quente no Catar, não estávamos lá pelas férias. Mas lá é super seguro, estruturado. Ele conseguia fazer pequenas coisas. Uma vez estávamos num mercado dentro de um shopping sexta-feira à noite. Ele não saía nos outros lugares. Isso faz diferença. Era muito gostoso.
Conexão com famílias fora de campo
— Onde nós fomos, tivemos pessoas maravilhosas com a gente. Nós fomos aprendendo. Quando estamos fora sozinhos, nossos amigos são nossa família. Temos relação com o pessoal do clube. Tem muita gente de fora que não tem ninguém no local. Se em um time você tem um amigo, você vai correr com mais gosto ainda para o seu amigo. Então acho legal quando tem essa conexão, quando o pessoal se conhece.
Em Liverpool foi onde tiveram mais conexão com a torcida, além da do Vasco?
— Sim. Lá na Inglaterra, eu ia em todos os jogos fora. Não tinha filhos ainda. Eu ia a todos os jogos fora. A Inglaterra é pequena, lugar mais longe era seis horas de viagem de carro. Ia sozinha ver. Encontrava os torcedores fora de casa, eu ficava na torcida visitante mesmo. Era tudo “friends” já. Éramos sempre os mesmos lá.
Filho vai ser jogador também?
— Se ele quiser ser jogador, eu não vou impedir. Mas se ele quiser, vou ter que aguentar com meu coração mais outra vida de futebol. É mais difícil ainda ver o filho do que o marido. No primeiro jogo, eu quase infartei. Ele nem tinha jogado, só jogou dois minutos. O primeiro gol do time dele, nem foi gol dele, foi do outro menino. Quando levantei para comemorar, vi tudo preto. É pior torcer para filho do que para marido. A Maria também gosta, joga bem direitinho. Ela joga na escolinha do PSG.
Fonte: ge