foto: Reprodução/Premiere
Edenilson, do Internacional, acusou Rafael Ramos chamá-lo de macaco
O julgamento do lateral-direito Rafael Ramos, do Corinthians, por injúria racial praticada contra o volante Edenílson, do Internacional, foi adiado. A sessão aconteceria nesta terça-feira (30/8), às 10h (de Brasília), mas saiu temporariamente do ar a pedido advogado do atleta. A informação foi divulgada inicialmente pelo UOL e confirmada pela Gazeta Esportiva. A denúncia foi liberada pela Procuradoria do STJD após a conclusão do inquérito conduzido pelo auditor Paulo Sérgio Feuz, que destacou que o conjunto probatório elaborado e, principalmente a Perícia Labial contratada pelo órgão, demonstraram que existem indícios fortes com ofensas de cunho racial praticada por Rafael Ramos e direcionadas a Edenílson. Ainda não há nova data agendada para o julgamento do caso.
Saiba mais
Conforme apurou esta reportagem, o advogado da defesa, Daniel Bialski, alegou que não poderia comparecer à sessão por uma série de compromissos pessoais antes marcados, em Brasília, e também porque pediu diversas providêncas.O episódio ocorreu na partida realizada no dia 14 de maio, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, pelo Campeonato Brasileiro, que terminou empatada por 2 a 2. Aos 31 minutos do segundo tempo, Edenílson informou ao árbitro que o atleta adversário havia dito a ele as seguintes palavras: “fod*-se macaco”.Repudiando qualquer tipo de ato discriminatório e reforçando que a injúria racial é crime, a Procuradoria do STJD destacou que a conduta praticada por Rafael Ramos está tipificada no artigo 243-G do CBJD: “Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.Caso seja condenado, uma suspensão do lateral do Timão pode ser de cinco a 10 partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente. Além desta pena esportiva, Rafael Ramos ainda pode ser submetido a uma multa financeira, que varia entre R$ 100,00 e R$ 100.000,00.Apesar do risco de punição, Daniel Bialski, advogado do lateral corintiano, já se mostrou confiante em comprovar a inocência do português. “As perícias existentes respaldam a negativa veemente do Rafael de que ele não praticou qualquer ofensa de cunho racial contra o outro jogador. Independentemente dos encaminhamentos formais da Justiça Desportiva, a inocência do Rafael será comprovada”, disse em entrevista à Gazeta Esportiva há cerca de 20 dias, quando o STJD manifestou interesse em denunciar o jogador.
Relembre o caso
O Internacional recebeu o Corinthians no Beira-Rio, em partida válida pela sexta rodada do Brasileirão. Na ocasião, durante uma disputa de bola, Edenílson alegou ter ouvido a palavra “macaco” proferida pelo atleta português Rafael Ramos.O meia colorado abriu um boletim de ocorrência relatando o fato, e Rafael acabou preso em flagrante pela Polícia dentro do estádio pelo crime de injúria racial. O clube paulista pagou a fiança de R$ 10 mil e ele foi solto para responder em liberdade. Rafael Ramos afirmou que tudo não passou de um “mal-entendido” e foi até o vestiário do Internacional para conversar com Edenílson. O meia, por outro lado, reafirmou, mais tarde, que ouviu a palavra “macaco”. O Corinthians ainda contratou uma perícia, que confirmou que ele não havia cometido o crime.A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou que não foi possível identificar o que foi dito pelo jogador alvinegro ao colorado. Após o episódio, Rafael Ramos voltou a entrar em campo e tem atuado regularmente pelo Timão.